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10.13.2009

O universo das Histórias em Quadrinhos africanas

Picha na língua Swahili, ou suali, quer dizer “desenho” e é uma corruptela da palavra inglesa “picture”, imagem. Picha é também o titulo desta exposição de Histórias em Quadrinhos apresentando uma imagem colorida e rica da diversidade do continente africano.



Os quadrinhos africanos estão indo muito bem. Há desenhistas africanos ativos em todo o continente. Há muitos Festivais de Histórias em Quadrinhos e muitas revistas e álbuns sendo publicados. No Senegal, por exemplo, há um seriado de televisão muito popular baseado em um personagem de quadrinhos: Goorgoorlu. A vida de Mandela foi descrita em quadrinhos na África do Sul e muitas revistas estão usando as Histórias em Quadrinhos para alertar os soldados sobre os perigos da AIDS na Etiópia. É muito surpreendente notar como as Histórias em quadrinhos africanas refletem a realidade (política) africana. Para se falar também de coisas mais leves e alegres é preciso recorrer a subterfúgios. A famosa série de quadrinhos Aya de Ypougon, de Marguerite Abouet, da Costa do Marfim, é uma novela gráfica, tendo como foco o amor, brigas e adultério. Mas este quadrinho tem como cenário os tranquilos anos 1970 do país, quando a guerra civil da Costa do Marfim ainda estava muito longe de acontecer.





Na África, as Histórias em Quadrinhos podem ser produzidas por um baixo custo, não é necessário ter diploma universitário e são facilmente acessíveis sob o ponto de vista de comunicação. Estes três fatores são favoráveis para um continente com uma infra-estrutura artística limitada. Existe, no entanto, um problema: os quadrinhos precisam ser distribuídos para poderem ser lidos e, muitas vezes, não existem canais para fazer isso. Além disso, apesar dos quadrinhos serem um produto barato, ainda é oneroso para o poder aquisitivo dos leitores africanos.



Retrospectiva ímpar e banco de dados



Picha é um projeto de duas facetas. A exposição exibe as obras de roteiristas e desenhistas de quase todo o continente. Esta mostra é composta de originais de desenhos, álbuns, revistas e Histórias em Quadrinhos publicadas em jornais e revistas. Por outro lado, é um banco de dados contendo muitas informações sobre desenhistas, chargistas e caricaturistas de vários países africanas.





Picha é uma iniciativa da NCDO, organização holandesa que promove o desenvolvimento de cooperação internacional sediada nos Países Baixos. Picha foi exposta no Museu Africano da Holanda, de maio a agosto de 2008. Viajou para Lagos, na Nigéria (novembro a dezembro de 2008) e para o Festival de Histórias em Quadrinhos Nostrum, em Palma de Mallorca, Espanha (maio a junho de 2009), e agora chega ao Brasil.





O Museu Afro Brasil de São Paulo acolhe esta mostra possibilitando ao público brasileiro uma visão ímpar para da arte das Histórias em Quadrinhos africanas. Esta exposição, além dos desenhistas da África, o norte-americano David Brown e o brasileiro Maurício Pestana engrandecem este evento mostrando as semelhanças e diferenças dos desenhistas afro-descendentes nestes dois países junto com seus pares na África.







Este projeto foi viável graças à colaboração da Fundação Príncipe Claus, e NCDO, na Holanda. A exposição Picha no Brasil foi organizada pela Profa. Dra. Sonia M. Bibe Luyten.







A mostra brasileira e norte-americana foi organizada por Maurício Pestana, com apoio do Consulado dos Estados Unidos da América em São Paulo.







Abertura:



Dia 14 de outubro de 2009 a partir das 18h30

8.20.2009

Vivência Tambor

Vivência Tambor
Oficinas de percussão com os principais nomes da percussão brasileira.

O Espaço Cultural Aruanda Mundi reuniu 4 dos principais nomes da percussão brasileira!
Beth Beli, Caçapava, Dalua e Simone Sou realizam nos dias 18, 19 e 20 de Setembro de 2009
oficinas percussivas na I Vivência Tambor.
20 horas de atividades:
Palestra, Oficinas, Pocket Shows, Venda e exposição de intrumentos musicais africanos e afro-brasileiros do Instituto Tambor.
Exposição: Painéis Iconográficos de Musicalidades.

Oficinas
Oficina dos Toques dos Orixás - Beth Beli
A oficina objetiva estabelecer um processo de sensibilização musical através do universo dos orixás, oferecendo a oportunidade de um primeiro contato com a prática musical utilizada pelo candomblé de ketú.

Oficina Sons, Ritmos e Movimentos - Caçapava
Esta oficina atenta para o apreciar, refletir, vivenciar e interagir com a música dos movimentos silenciosos e sonoros organizados de forma rítmica, transformando o fazer em prazer, focando manifestações da cultura popular brasileira.

Oficina da Capoeira aos Palcos - Dalua
Dalua mesclará momentos de prática percussiva com relatos sobre a sua trajetória na percussão.
Entre um momento e outro, a oficina abordará as suas origens, o contato com a música através da capoeira e de seus desdobramentos, como o samba de roda, o maculelê, puxada de rede e o candomblé.

Oficina Vivência Experimental Rítmica ( VER ) - Simone Sou
Simone Sou falará sobre como ela pensa o ritmo enquanto PULSAÇÃO, mostrará na batera e sets de percussão como desenvolver independência, adaptações de ritmos brasileiros, a função de percuterista e um pouco da sua experiência tocando com bandas de estilos diferentes. A vivência será com alguns instrumentos de percussão e também corporal, para brincar com pulso e incorporação de ritmo.

Programação
Sexta:
18/09/2009
Das 20 às 22h
Palestra Salloma Salomão

Sábado
19/09/2009
9 às 13h
Oficina Sons, Ritmos e Movimentos - Caçapava
15 às 19h
Oficina da Capoeira aos Palcos - Dalua
20h – Ballet Afro Koteban

Domingo
20/09/2009
9 às 13h
Oficina dos Toques dos Orixás - Beth Beli
15 às 19h
Oficina Vivência Experimental Rítmica ( VER ) - Simone Sou
20h
Encerramento
Pocket Show Salloma Salomão em Homenageam a João Grande, com participação de Simone Sou.

Local: Casa Ranzini
Rua Santa Luzia, 31 - Sé
Faça sua inscrição, são apenas 30 vagas!
Investimento: R$ 220,00 a vista ou 2x R$ 125,00 (cheque)
Prazo de pagamento:
A vista: até 10/09/2009
Parcelado: 1ª parcela em 20/08/2009 (depósito) e 2ª parcela para 20/09/2009 (cheque)

Para realizar sua inscrição:
Preencha a ficha de inscrição abaixo e envie para o email: aruandamundi@yahoo.com.br
Dados para o deposito:
Banco do Brasil
Ag:2168-7
C/C:22814-1
Aruanda Mundi Cultura Arte e Entretenimento S/C Ltda

Após realizar o deposito enviar o comprovante por email: aruandamundi@yahoo.com.br
ou pelo correio:
Espaço Cultural Aruanda Mundi
Rua Professor Arnaldo Amado Ferreira, 21
Vila Sonia
05510-010
Ficha de Inscrição
Nome:
Endereço:
Telefone:( )
Email:
Opção de Pagamento: ( ) a vista ( ) parcelado 2x
Como ficou sabendo desta oficina?

5.14.2009

refletindo o 13 em 13 minutos

Até alguns anos atrás o dia 13 de maio era, para imprensa brasileira, um dos poucos dias cujo espaço para o negro era reservado para além das páginas policiais ou esportivas. No entanto, ontem ao abrir os jornais qual foi a minha surpresa?

Não havia uma nota, artigo ou qualquer outra menção a efeméride...surpreendente! Tal fato me fez refletir sobre duas possibilidades:

- ou a data reservada à discussão da comunidade afro, reservada pela imprensa, passou a ser o 20 de novembro e a população não foi avisada,
- ou não ocorrem discussões relevantes na comunidade afro, para ocupar o espaço nos jornais e a página de esportes continua sendo a nossa cota diária.

Agora, o mais inusitado foi que no dia 12 (terça-feira) o Educafro organizou um desfile com modelos negros em frente à Catedral da Sé. O único jornal que públicou nota (com direito a chamada na capa) foi o Metro, os demais não citaram uma palavra sobre o evento.

Mais uma vez pergunto: um evento com modelos negros reivindicando espaço num dos principais eventos de moda, a SPFW, que acontece daqui a um mês, não é relevante?

Quem são estes modelos? Por quais razões eles não estapam os anúncios de moda? Se o mercado de moda está crescendo, porquê não espaço para negros?

Hoje, quando abro o jornal havia uma nota falando do ministro Edson Santos (SEPPIR), em que ele falava sobre um novo programa de ações afirmativas (texto acima). Claro, que mais uma vez a reportagem se ateve em falar das cotas...pois, quando falamos de negros falamos de cotas, apenas disso, não há nenhuma outra discussão pertinente acontecendo na comunidade.

Sei que este texto está num tom amargo, ou até mesmo, irritado...mas, saber que as pessoas se quer sabem quais são os motivos que levam o movimento negro a se mobilizar no Vale do Anhangabaú no dia 13 de maio, ainda me choca...muito!

Ainda ontem um amigo me perguntou, pelo twitter, o que era o dia 13 de maio, expliquei e ele me respondeu "mesmo que fosse feriado eu teria que vir trabalhar, ainda bem que não é". O que eu respondi? Nada. Fiquei em silêncio...

Na semana passada fui ao Congresso de jornalismo cultural, quantos negros compunham a mesa de debate? Nenhum. Quantos negros na platéia? Havia pelo menos duas pessoas: eu e uma jornalista. Aonde estão os negros jornalistas?

Quando vejo que nem mesmo os professores na faculdade levam a discussão para dentro da sala de aula e assumem "a minha abordagem é eurocêntrica", os argumentos me fogem e respiro muito fundo e busco encontrar a diversidade noutros lugares...fora das páginas cinzas dos jornais, da sala de aula, da tv...vou para as ruas e vejo que a maioria das crianças e adultos em situação de rua são negros... e eu, dentro de uma minoria sou negra e jornalista, tentando compreender e modificar o espaço que me foi reservado.